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Autor: Nelson S. Lima (clique na imagem)

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ELAS E ELES APRENDEM DE FORMA DIFERENTE


Eles e elas têm cérebros diferentes na captação e na elaboração da informação. Esta é a conclusão de numerosas investigações nos últimos 15 anos.

Apesar dos mais cépticos insistirem que não há diferenças de maior entre o cérebro dos homens e das mulheres, a ciência continua a descobrir distinções a nível funcional, em especial nas aptidões emocionais e intelectuais.

Produto da evolução genética e da interacção com o meio, as diferenças encontram-se ao nível do pormenor mas traduzem-se por visões do mundo, intelectos, emoções e condutas distintas. Tais diferenças notam-se, por exemplo, na escola onde, de facto, rapazes e raparigas revelam actuações particularmente diferentes tanto nas aprendizagens como nos comportamentos.

Diversas pesquisas atestam a existência de diferenças fisiológicas, tanto no plano anatómico como químico e neuronal. Em situação de teste laboratorial, verificam-se as seguintes diferenças (gerais):

Os rapazes são, em média, melhores, do que as raparigas no raciocínio espacial, no raciocínio matemático, na visualização tridimensional, na detecção de formas complexas e na detecção de alvos. As raparigas são mais rápidas na associação da informação, na percepção visual, na precisão manual e digital, na visão nocturna e na capacidade de persistência.

Na escola, os rapazes demoram mais tempo a aprender a ler, são mais centrados na acção, mais agressivos na resolução de conflitos, melhores na leitura de mapas; elas, geralmente, lêem melhor, são melhores na concentração auditiva, mais hábeis nas tarefas verbais, mais precisas nos trabalhos manuais.

Também o estilo cognitivo é diferente neles e nelas. O estilo cognitivo revela a forma como o cérebro elabora a informação e influencia o modo como as pessoas aprendem, memorizam e elaboram a informação. Eles são mais do Estilo Dependente de Campo e isso torna-os mais propensos a distrairem-se nas aulas; elas são mais do Estilo Independente da Campo, o que lhes permite obter melhores níveis de concentração, independentemente do que se passa em seu redor. Também no tempo necessário para pensar, as raparigas são mais do Estilo Reflexivo necessitando de mais tempo para amadurecer a informação. Eles são mais do Estilo Impulsivo, respondendo em menos tempo mas de forma mais superficial.

Mesmo com idades idênticas, rapazes e raparigas revelam, na sala de aula, capacidades distintas que são devidas às diferenças anatómicas e funcionais do cérebro. Por exemplo, o tamanho do cérebro dos rapazes atinge o seu máximo apenas três anos depois das raparigas, isto é, aos 14 anos de idade. Assim, certas áreas cerebrais atingem a maturidade mais cedo nas raparigas, nomeadamente as que controlam a fluência verbal e a escrita. Todavia, existem capacidades que surgem mais cedo nos rapazes, entre 4 e 8 anos antes das raparigas: é o caso do raciocínio mecânico, da concentração visual e do raciocínio espacial.

Visto que, com as mesmas idades cronológicas, os rapazes e as raparigas apresentam diferenças notáveis nas capacidades de aprendizagem, pode ser prejudicial mantê-los em salas de aula mistas, sobretudo durante o primeiro e o segundo ciclo quando o cérebro apresenta diferenças maiores e está com ritmos de amadurecimento também diferentes.

A inclusão, nas mesmas turmas, de rapazes e raparigas com as mesmas idades, é, assim, susceptível de desmotivar ora uns ora outros conforme os diferentes níveis de dificuldade do cérebro para processar certos tipos de informação que variam de acordo com o sexo.

É por isso que vários especialistas defendem o retorno às aulas separadas a fim de respeitar as diferenças individuais, em especial as geradas pelo sexo (ainda que as escolas continuem a ser mistas).

Mas, mais grave ainda, é o facto de uma das causas do insucesso escolar ser devido a que, nas mesmas salas e anos escolares, poderem estar alunos com até 4 a 8 anos de diferença de maturidade intelectual. 

Nelson S Lima