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Autor: Nelson S. Lima (clique na imagem)

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Isto é a ATENÇÃO FASCINADA (Nelson S. Lima)


A atenção fascinada recebe, por vezes, outros nomes, mas sempre gostei desta terminologia, talvez pela associação com o “estado de fascínio” (praticamente o mesmo que “estado de fluxo”).

De que se trata? Este tipo de atenção corresponde a um estado de focalização intenso, seletivo, com exclusão de outros pontos de interesse (áreas negligenciadas) pois a nossa concentração fica “prisioneira” apenas de um alvo que tanto pode ser um acontecimento como uma pessoa, um filme ou uma série de pensamentos em colmeia.

O que são “pensamentos em colmeia”? Eu chamo “pensamentos em colmeia” a todos aqueles que giram em torno de um tema. É difícil isolarmos um pensamento e quando pensamos em algo (ou em alguém) há sempre outros pensamentos que se juntam ao primeiro e formam então a “colmeia”. 

Quando são patológicos (como nos pensamentos depressivos) eles tornam-se “ruminantes” pois a pessoa não pensa noutra coisa, de forma insistente e consistente. Infelizmente, não são pensamentos felizes devido ao estado emocional do doente depressivo.

Voltando à atenção fascinada. Ela acontece muitas vezes por dia em crianças. Surge quando estão focalizadas em algo de forma tão intensa e feliz que negligenciam e até esquecem tudo à sua volta. Estão “vidradas” (como se diz em Portugal), quase, ou mesmo, em transe hipnótico (penso que chegam, muitas vezes, a estar nesse nível).

A nós, adultos, acontece o mesmo mas em menor quantidade pois a nossa vida dá-nos pouco espaço de manobra (e tempo) para entrarmos em estado de atenção fascinada. Ela acontece nos chamados “estados de fluxo” em que ficamos tão maravilhosamente concentrados em algo que, naqueles momentos, nada mais existe no mundo, nem nós mesmos, pois a consciência do EU, afasta-se e ficamos num estado desprendido, quase como na meditação profunda (só que é diferente).

A atenção fascinada tem uma vantagem e uma desvantagem (pelo menos). A vantagem que destaco é que ela é altamente relaxante para a mente pois permite-nos usufruir de uma liberdade única. É um “estado de graça”. É puro fascínio. 

A desvantagem é que essa atenção fascinada pode conduzir-nos a decisões precipitadas como, por exemplo, repetir a experiência (nem sempre desejável) ou adquirir o objecto do fascínio (só pensamos nisso a partir desse momento e, por vezes, obsessivamente). Esta atenção fascinada acontece também nos shopping centers e os técnicos de marketing sabem induzi-la nos consumidores. Com a atenção fascinada ligada nós acabamos por nos entusiasmar com produtos que depois só nos resta adquirirmos.

Quando nos apaixonamos verdadeiramente, passamos também por este tipo de atenção ao focalizarmo-nos na pessoa amada. Estamos fascinados com ela. Até entramos em transe sobretudo quando é o primeiro amor.

Quando o fascínio acaba, entramos noutra sintonia de atenção. É que eu ainda não disse que a atenção fascinada tem os seus limites de tempo. Apesar de prazerosa ela exige bastante do cérebro. Voltando ao exemplo das crianças, reparem que elas ficam horas a brincar com coisinhas simples mas depois mudam de assunto. E nós, adultos, também fazemos o mesmo. A atenção concentrada (fascinada ou não) consome bastante energia.

Seja como for é um dos estados fantásticos de consciência que todo o ser humano pode e deve experimentar. Para bem da sua saúde (sobretudo emocional).

Deixe-se, pois, maravilhar! Há muitas coisas fascinantes na vida que merecem a nossa atenção.

Nelson S. Lima