Prepare os seus para a mudança global, complexa, fantástica e
radical que transformará indivíduos, sociedades, mercados, consumidores e
negócios.
Mais do que em qualquer outra época da história humana, a
preocupação com o futuro beira, por vezes, as raias da obsessão! Não sem razão,
diga-se. É que a velocidade dos acontecimentos e a globalização a que hoje
estamos sujeitos faz com que a preocupação com o que se poderá passar no futuro
imediato ou no futuro mais afastado se justifique.
As mudanças no nosso mundo estão a acelerar em tal
velocidade que é lícito (é desejável) que dediquemos uma parte dos nossos
pensamentos ao que presumivelmente vai afectar a nossa vida, a dos nossos
filhos, a da nossa sociedade, a do mundo em geral.
Até há poucos anos, qualquer autor que se dedicasse a
"olhar o futuro" era visto com desconfiança. A palavra visionário,
que hoje faz parte do léxico da moderna gestão, era quase sinónima de adivinho.
Hoje já tem outra conotação. Visionário é aquele que, estudando as grandes
tendências de fundo da sociedade nas suas várias vertentes (culturais,
tecnológicas, económicas, políticas, etc.), é capaz de antecipar cenários, definir
estratégias e tomar decisões que irão ter um impacto importante na sua área de
intervenção. Foram sempre os visionários que provocaram grandes mudanças na
sociedade humana.
Os visionários olham para o futuro, trabalham com um
horizonte de tempo mais amplo do que as pessoas vulgares. Hoje em dia, eles
servem-se dos futurólogos para compreender os caminhos do futuro e tomarem
decisões.
O futurólogo ou futurista é um especialista que faz, durante
anos, estudos sobre a evolução da sociedade humana e elabora exames de
prospectiva tentando aperceber-se para onde estamos a ir.
Tal como a meteorologia, a futurologia moderna recolhe e
actualiza a todo o momento o maior número possível de dados que lhe permita
construir previsões, mapas de probabilidades e predicções. O futurológo não
trabalha como os astrólogos; ele não lê o futuro pois este não está escrito nem
nas estrelas nem em lado nenhum. É que o futuro ainda está por acontecer.
Então, o futurólogo estuda e capta tendências, especialmente megatendências.
É, frequentemente, um consultor que trabalha para governos,
grandes empresas, etc., que, obviamente, querem saber que tipo de mundo muito
provavelmente vão encontrar dentro de meses e anos a fim de anteciparem
estratégias, desenvolverem novos produtos e serviços, etc.
Alvin Toffler e John Naisbitt, estão entre os mais
conhecidos futurólogos lidos em Portugal. Mas um "novo" especialista,
já com 30 anos de carreira, de seu nome James Canton, presidente executivo do
Institute for Global Futures, um laboratório do futuro com sede na Califórnia,
acaba de lançar uma obra fundamental: The Extreme Future, que em Portugal leva
o título de Sabe O que Vem Aí?.
Conforme escreveu a prestigiada revista Forbes, trata-se de
"um belíssimo trabalho sobre as tendências que moldarão o futuro".
James Canton acredita que o nosso futuro será sobretudo influenciado pelas
seguintes dez grandes tendências: a globalização; os novos combustíveis; a
medicina; as alterações climáticas; as novas descobertas da ciência; o futuro
das pessoas; a economia da inovação; a nova força laboral; as questões de
segurança e o futuro de alguns países (nomeadamente os Estados Unidos e a
China).
O livro de J. Canton, com perto de 400 páginas, é quase uma
história não improvável do futuro onde os nossos filhos vão viver e trabalhar.
O futuro será deles mas somos nós, os adultos, quem está a orientar as
transformações. Em parte. Um livro que recomendo especialmente aos pais de
crianças e jovens de elevado potencial e talentosos.
Nelson S Lima
Nelson S Lima