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Autor: Nelson S. Lima (clique na imagem)

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Sobre a inteligência


O que é, afinal, a inteligência?
Uma definição simples que me inspira é aquela que diz que a inteligência é a propriedade que nos permite pensar, criar, inovar, fazer escolhas, elaborar estratégias, tomar decisões, resolver desafios e solucionar problemas tendo em vista adaptar-nos à vida.

Existem vários tipos de inteligência?
Fala-se hoje muito em inteligências múltiplas (emocional, espiritual, espacial, etc) mas considero que a maior parte daquilo que se chama inteligência ou são capacidades ou meras competências. Prefiro algo mais simples: a inteligência pode ser analítica, criativa e executiva (prática). As chamadas inteligências emocionais ou sociais, por exemplo, representam, para mim, habilidades e competências (que se podem adquirir, aprender e desenvolver ao longo da vida).

Nasce-se inteligente, ou tornamo-nos inteligentes?
Nascemos com um leque de potencialidades que estão para além da inteligência mas que incluem a inteligência. Esta pode ser desenvolvida e enriquecida através de estímulos recebidos nos primeiros anos de vida (como também pode ficar inibida) e potenciada nos anos seguintes. Nunca se pode dissociar a inteligência de outras variáveis que estão presentes na personalidade de cada um. Trabalhando essas variáveis podemos flexibilizar e ampliar aquilo que se entende por inteligência.

Qual o papel dos genes no processo?
Obviamente, os genes têm um papel importante em todo o desenvolvimento do organismo, incluindo as múltiplas áreas da psique. Os genes são o ponto de partida mas deixam um amplo espaço de manobra para que o meio, a cultura, as experiências e os desafios da vida exerçam uma função modeladora. O desenvolvimento da inteligência é sempre um processo dinâmico em aberto ao longo da vida. O que fizermos com a inteligência ditará um maior ou um menor sucesso onde actuarmos (nos relacionamentos, no trabalho, na política, na comunidade, etc.).

A personalidade e as emoções interferem na inteligência?
As emoções fazem parte da personalidade tal como a inteligência. As emoções interferem nos comportamentos. E estes serão mais ou menos inteligentes conforme a nossa capacidade para usarmos os nossos recursos (saberes, interesses, capacidade de aprender, criatividade, carácter, etc.) incluindo as emoções e os sentimentos.

O que existe afinal de verdade nos conceitos QI, QE, QP e Qes?
São conceitos que procuram dimensionar diferentes potencialidades. O Q.I. pretende medir a inteligência mais racional. O Q.E. a inteligência emocional. O Q.P. é a inteligência positiva. O Q.Es a inteligência espiritual. Todos estes quocientes são tentativas de medir algo que dificilmente é mensurável com o rigor científico ambicionado. Um indivíduo pode revelar-se mais inteligente e habilidoso numa área e perfeitamente inapto e até estúpido noutras situações. Estes conceitos deram origem à indústria dos testes psicométricos mas pessoalmente não confio nos resultados apregoados. Eles medem os resultados de testes, mas medem o quê? Habilidades? Competências? Há pessoas que têm uma extraordinária perícia para fazer testes de inteligência e chegam a resultados excepcionais, mas isso não significa que na vida, no trabalho, nos relacionamentos, sejam tão inteligentes como mostram nos testes. Confunde-se frequentemente inteligência com habilidade, perícia, sabedoria e competência.

Importância do conhecimento do “eu interior” nas várias etapas da vida humana.
Conhecermo-nos a nós próprios é uma velha máxima que já vem da Grécia Antiga e até antes daqueles que são apontados como os primeiros filósofos. Porque somos seres sociais em que a visão representa 60% dos nossos sentidos, vivemos muito para o exterior e muito dependentes das imagens que os espelhos reflectem. Somos também sensíveis ao que os outros possam opinar sobre nós. E isso leva-nos a centrar a atenção na imagem externa, na ideia que fazemos de nós próprios. Isso beneficia a indústria e o comércio da moda. O "eu interior" situa-se a uma maior profundidade, no âmago da nossa personalidade. Ele é o produto de construções mentais, de crenças, de estímulos, de laços afectivos da infância. Ele dá-nos um sentimento de unidade e de identidade e desenvolver-se ao longo da vida, ora reforçando-se ora enfraquecendo-se. O "eu interior" é psicológico, espiritual e corporal, aglutinando estas três dimensões.

Como podem os governos impedir o desperdício de talentos e qual a importância dessa atitude?
Através de decisões políticas e acções concretas que devem comprometer o sistema educacional e o sistema económico na detecção e incentivos àqueles que revelem talento, sabedoria e excepcional competência em áreas de reconhecido interesse para os países. Esses indivíduos são uma mais-valia por aquilo que podem contribuir para o avanço da Ciência, da Tecnologia, do Conhecimento, da Inovação e da Modernização da sociedade.

Nelson S Lima