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Autor: Nelson S. Lima (clique na imagem)

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Educar e desenvolver o juizo crítico


O chamado "juízo crítico" é uma das mais importantes capacidades que o cérebro nos oferece e que é parte da inteligência analítica, da lucidez e do auto-conhecimento. É susceptível de treino!

Ele realiza-se através de uma opinião, de uma conclusão baseada em informação acerca de algo e de uma decisão segura. É um fenómeno subjectivo que depende da capacidade de usar o pensamento abstracto.

É afectado pela quantidade e a qualidade da informação disponível acerca de uma decisão a tomar mas também pela personalidade, o auto-conhecimento, as nossas experiências, os nossos sentimentos, as nossas outras capacidades cognitivas, aspetos culturais, sub-culturais e sociais e ainda quaisquer outros factores extrínsecos que afectem os possíveis resultados de uma decisão.

Ter um bom "juizo crítico" é estar capacitado para entender com pragmatismo e sentido crítico o que se passa na nossa vida (e o que temos de decidir) e no resto das coisas em que estamos envolvidos (projetos, trabalhos com equipa, avaliação de situações, opções, etc.).

Baixo juízo crítico, por sua vez, está relacionado com insensatez, imprudência, impulsividade não-crítica, intolerância, dependência, etc.

Pode o juízo crítico ser desenvolvido? Pode. E deve ser treinado e praticado na escola desde tenra idade.

Infelizmente isso não está previsto no ensino (ou, se está, não é adequadamente promovido nos alunos). E é causa (geralmente ignorada) de muito insucesso escolar e comportamentos desajustados (ou seja, não inteligentes).

Desenvolver o juizo crítico
O melhor caminho é o da aprendizagem e adoção de hábitos cognitivos mas também operativos (executivos e práticos), ou seja, aprender a pensar criticamente, com boa regulação das emoções e um bom diálogo interior (a auto-conversa).

O nosso cérebro é uma caixinha de surpresas. Como sistema operativo ele interpreta a realidade conforme uma enormidade de fatores - que vão desde os genes até à educação e à nossa interação com aquilo que chamamos o "mundo real".

Criar bons hábitos mentais e boas práticas comportamentais têm como ponto de partida um cérebro ótimo (tanto quanto possível).

Esse estado ótimo depende muito do que fazemos com o nosso organismo o que respeita à alimentação, ao sono, à atividade física (que tem um tremendo impacto na saúde do cérebro podendo até aumentar a sua longevidade dinâmica) e a tudo o resto que proteja e reforce nosso órgão central (e o sistema nervoso em geral).

Finalmente, a educação é um recurso extraordinário para levarmos nosso juízo crítico ao seu melhor. O cérebro - tal como o pensamento - educa-se. É uma das maravilhas da natureza. Sendo ele quem nos atribui a consciência de nosso EU permite também que seja objeto de treino e educação.

Ter um bom juízo crítico é levar o cérebro (sobretudo sua parte emocional e executiva) ao máximo de suas capacidades. É o aproveitar de todos os recursos disponíveis nas grandes redes de neurónios que fazem dele uma estrutura inteligentíssima.

Promova a saúde cerebral e treine a sua inteligência das crianças. São vários os processos e diversos os caminhos.

Veja as características da criança e do adolescente dotados de bom juizo crítico:

- revela uma atitude de constante curiosidade intelectual;
- desenvolve a crítica de si mesmo e dos outros;
- gosta de investigar e fazer muitas perguntas;
- esforça-se por compreender os princípios gerais das coisas;
- não é propensa a aceitar afirmações, respostas e avaliações superficiais;
- revela habilidade na compreensão da estrutura de argumentos em linguagem natural;
- é capaz de fazer a distinção entre questões de facto, de valor e questões conceituais;
- mostra habilidade para penetrar até ao cerne de uma discussão ou debate;
- tem geralmente um bom sentido de humor (é otimista).

Já viu as pistas? Tudo isto pode ser aprendido, treinado e desenvolvido. Conduz à maturidade e a comportamentos inteligentes.

Nelson S Lima